quarta-feira, 15 de abril de 2009

Separação conjugal

Separação conjugal

Gabi: Hoje no quadro de comportamento, nós vamos falar com Ronaldo Miguez sobre separação conjugal, atendendo ao pedido de uma ouvinte do programa que pediu para não ser identificada.
Ronaldo, existe um momento em que a separação do casal torna-se inevitável?

Ronaldo: Gabi, o número de separações no Brasil cresce a cada ano, e muitas poderiam ser evitadas com pequenos ajustes de comportamento, mas isso não acontece. A falta de maturidade emocional e intelectual das pessoas que se casam hoje é muito grande, e com o tempo a relação não resiste.

Gabi: Quais são os principais motivos para explicar a morte do amor? Supondo-se é claro, que o amor existia antes.

Ronaldo: Você falou muito bem, “supondo-se”, porque nem sempre é o amor que guia uma relação. Pode ser uma paixão intensa mas passageira, pode ser uma dependência patológica, jogo de interesses, e isso ou passa rápido, ou acaba não dando certo. Agora, existem comportamentos errados que desestimulam o amor. Mas a principal causa de deterioração de uma relação tem sido as brigas destrutivas, ou seja, quando o casal não sabe resolver suas diferenças sem agredir, insultar e humilhar. Esse tipo de relação gera muitos ressentimentos, porque até para se brigar é preciso ter uma sabedoria, evitar agir como se o importante fosse vencer o outro, ou como se tudo fosse acabar ali. O casal quando briga, deve respeitar os limites cirúrgicos da ação, isto é, determinadas áreas da vida conjugal e pessoal precisam ser preservadas. Existe um limite para se acusar e criticar. Se a mulher quer reclamar das atitudes da mãe do marido, por exemplo, não deve usar palavrões para se referir a ela. Se o marido não gostou da comida, não deve classifica-la como horrível, mas sugerir com carinho outras a possibilidade de melhoria. Da mesma forma, quando há ciúmes, evitar taxar o outro com adjetivos depreciativos, porque além de ser ofensivo, pode acabar sendo usado como justificativa para esses comportamentos. Sem esquecer o fato de que, a maior parte das cenas de ciúme, teve como motivo situações que nunca chegaram acontecer. Em algumas entrevistas que fizermos com casais, ouvimos coisas como: “se andar na linha não adianta, então vamos fazer para não levar a fama sem proveito”. Quando um usa o outro como saco de pancada para descarregar frustrações pessoais, acaba gerando ressentimentos crescentes e incontroláveis, que ao se acumularem ganham poder para esfriar a relação. Pessoas possessivas, ou ciumentas demais, também cansam o parceiro. Agora, se o casamento não foi motivado por amor, qualquer motivo banal vai servir de estopim para uma separação. Há pouco vimos à notícia de uma mulher que se separou do marido porque não agüentava a mania de limpeza dele, enquanto outras reclamam que seus maridos gostam de viver na sujeira e são desorganizados. Então Gabi, o amor pode morrer se for conduzido, mas é preciso não confundir paixões repentinas e relações de dependência, com amor.

Gabi: Bom, Ronaldo, uma vez que a separação seja inevitável, como se deve proceder para não sofrer demais?

Ronaldo: O processo de separação Gabi, é considerado quase tão traumático quanto à morte de um familiar. Existem estatísticas que provam isso. Muitas pessoas que se separam, costumam descrever o processo como “um verdadeiro inferno”. O que eu costumo dizer para essas pessoas, em primeiro lugar é: evite litígio desnecessário, mesmo que você tenha que abrir mão de alguma coisa que não seja tão essencial para a sua vida e procure ser justo. Terminar um relacionamento fazendo acusações, escândalos, exigências, usando os filhos como ponte para atingir o cônjuge, só agrava a situação e prolonga os sofrimentos. Se o amor acabou, ou um não quer mais, é ruim, mas é melhor deixar o processo seguir o seu caminho. Eu costumo dizer para as pessoas que me procuram: seja antes de tudo um bom negociador, não use o seu orgulho para lidar com o seu ex ou a sua ex, mas a razão. O melhor caminho é, e sempre será o diálogo. Cada um vai ter que arcar com as suas perdas emocionais, mas aqueles que se separam não precisam se tornar inimigos, porque aí as perdas serão maiores. Há ainda o problema dos filhos que são em geral as principais vítimas, e eles precisam ser protegidos e apoiados pelos pais, para que sua auto-estima não se perca. Se for preciso, que se recorra a um mediador experiente, que pode ser um amigo comum, um conselheiro religioso, um advogado ou um terapeuta. A presença do mediador evita as discussões inúteis. Hoje nos Estados Unidos, por exemplo, 70% dos casais que se separam, recorrem ao auxílio de um mediador imediatamente.

Gabi: Como fica a situação do casal quando um deles não quer ou não aceita a separação?

Ronaldo: Quando o amor acaba para os dois, a separação pode ser bem mais suave. Mas se um dos dois não quer se separar, a situação se complica bastante. Vai haver sofrimento, sentimento de abandono, vazio, e até auto-rejeição e culpa, quando o parceiro abandonado se vê como o pivô do processo. Depois de um certo tempo esse sentimento, até por questão de auto-defesa, poderá se transformar em ódio. Tem sido muito perigoso para as mulheres, hoje em dia, terminar um relacionamento por causa desse tipo de sentimento, que no caso do homem - é claro que existem níveis de maturidade - pode levar ao desejo de matar. Já nas mulheres abandonadas as reações não costumam chegar a tanto, mas muitas procuram tirar o sossego do ex-companheiro com telefonemas inconvenientes, ameaças, acusações, e até ações de provocação à nova companheira. O que nós diríamos aqueles que gostariam de recuperar o casamento, é que não forcem situações. Se o companheiro ou a companheira diz que quer dar um tempo, e não for possível dissuadi-lo, deixe dar esse tempo, deixe-o pensar. Não aumente a pressão na hora em que o outro está sufocado demais com suas próprias emoções. Se ele ou ela insistir na separação, e o diálogo se esgotar, é melhor aceitar e se adaptar, porque a vida tem muitas opções para qualquer pessoa, e a dor que parece incontrolável vai acabar. Até porque ameaçar, chorar, agredir, insistir, só vai aumentar o desejo que o outro tem de se afastar. Então eu costumo dizer o seguinte: Quando uma pessoa diz que não quer, não pense que sendo agressivo, ou transformando a vida dela num inferno, isso vai fazer com que ela passe a lhe amar novamente. Pelo contrário, se você quer mesmo conquistar uma pessoa que o (a) está rejeitando, seja lá qual for o motivo, procure agir com inteligência, com equilíbrio, cause uma boa impressão, demonstre independência, porque isso vai fazer com que a pessoa construa uma nova imagem de voce. Quando alguém volta por força de ameaças, ou por constrangimento, ela volta mas seu coração continua distante, e isso significa que os mesmos problemas logo estarão de volta.

Entrevista realizada no estúdio da Rádio Geração 2000, 1580 AM, Teresópolis, durante o programa “Show de Domingo”.

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2 comentários:

  1. Estou vivendo uma separação dificil e dolorosa, pois nossa relação sempre foi baseada em manipulação, chantagem, ameaças, agressões. Ele sentia e eu deixava e vivia aceitando o papel damãe. O destino foi doloroso, ele bateu um carro, abandonou numa avenida e o mesmo estava no meu nome como todo patrimonio, é um menino que não quer crescer. No dia 20 de dezembro tomei coragem e pedi separação, depois de traiçoes mentiras, desrespeitos, no dia 21 de dezembro, minha mãe faleceu subitamente, el aproveitou deste momento, mais uma vez não respeitou minha dor. Em 7 de janeiro trocou os cadeados do portão e fez um boletim de ocorrência dizendo que abandonei o lar, sendo também desleal, fazendo ameaças deixando eu e minha filha na rua, pecisei entrar com medida cautelar para voltar ao lar. No dia 21 de janeiro descobri que estava ou melhor estou grávida aos 43 anos depois de ter vivido 3 abortos expontaneos. Me ajude está doendo aceitar e viver estes sentimentos de que ele não tentou me reconquistar mas só manter a manipulação, não respeitou a dor da perda de minha mãe. oque está doendo nele é não poder estar na mesma casa, pagar pensão. São quinze que nos conhecemos e doze morando juntos, ele não pergunta da filha, me chama de vagabunda para nossa filha maior, luto todo dia, choro muito, me mantenho com bom salario, como sempre. obrigada po sua atençaõ

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  2. Minha amiga anônima: preciso de um contato seu para que eu possa ajudá-la. Por favor comunique-se comigo pelo e-mail investigador359@yahoo.com.br ou pelo ronaldomiguez@hotmail.com
    Terei muito prazer em ajudá-la. Um abraço!

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