quarta-feira, 15 de abril de 2009

Casamento é parceria


Como é bom falar de amor. Desse sentimento mágico que colore os nossos sonhos, traz alegria a alma e dá plenitude à vida. Aqueles que vivem sem amor sabem o quanto isso é ruim. Amar é o maior prazer que um pessoa pode experimentar, a coisa mais maravilhosa que pode acontecer a uma ser inteligente, mas muitos andam em busca de um grande amor sem saber onde encontrar.
Pois é. Não se pode encontrar amor por aí, como se acha um objeto perdido. Amor não dá em árvores, e tampouco pode ser comprado em uma farmácia. Da mesma forma, casar, não é garantia de felicidade ou de que o amor aparecerá se ele não existia antes.
Um erro muito comum entre casais, é o pensamento de que o outro tem obrigação de proporcionar a tão almejada felicidade com que sempre se sonhou. Ao invés de se dedicarem a cultivar a relação para que o amor floresça cada vez mais intenso e a felicidade venha por consequencia, determinadas pessoas vivem apenas na fixação de serem amadas e assitidas pelo outro em tudo. Tanto as pessoas que foram superprotegidas na casa dos pais, quanto aquelas que acumularam carências e necessidades insatisfeitas, podem adotar esse tipo de conduta numa tentativa de compensar ou reproduzir situações de outrora. Frustradas em seus propósitos impossíveis – de encontrar a solução de seus problemas na vida do parceiro - elas iniciam um severo processo de recusas e negativas que acabam por levar a um clima de tensão e desencontro afetivo.
Muitos ressentimentos são gerados por acusações exageradas, muitas vezes ofensivas e porque não dizer injustas, quando não se percebe que o parceiro é também um ser humano, que não tem poderes para ser tudo que dele se deseja, para conseguir tudo o que se quer, ou compreender sempre sem nunca ser compreendido.
Há, por outro lado, pessoas inseguras que precisam demais de auto-afirmação, e acabam transformando o relacionamento numa competição atlética, numa corrida para ver quem vai vencer ou quem domina. Estabelecem um clima de disputas que acaba transformando o casamento numa verdadeira arena de luta. Vejam que todas as situações mal resolvidas da vida individual, serão levadas para dentro do casamento e irão se refletir na vida a dois, levando ao sério risco de que o casamento se transforme num mata-borrão psicológico. De certa forma, o casamento também irá absorver problemas pessoais de um ou de outro, mas existem medidas para o que pode ser considerado saudável, ou parte do desenvolvimento a dois, e o que é patológico. Se cada parceiro tiver que lidar exageradamente com as necessidades do outro sem compensação, ou adaptar-se aos seus “defeitos” sem obter tolerancia para com os seus, sobrará pouco espaço para o prazer de compartilhar experiencias francas e abertas. Por isso, é preciso que ambos sejam atuantes na relação, que cada um se sinta responsável por parte dela, pelo resultado positivo ou negativo do empreendimento afetivo a que se entregaram, e que a convivencia seja encarada como uma sociedade que precisa do empenho de ambos para dar certo. Que a responsabilidade pelos erros e acertos seja sempre divida, e mais do que isso, que cada um se empenhe em fazer da vida que escolheram levar, o melhor possível, cobrando isso de si mesmo em primeiro lugar.
Um casamento, deve ser visto como uma parceria, como uma complementação em que ninguém ganha a não ser quando os dois ganham. Seu parceiro ou sua parceira não tem poder para fazer com que você seja feliz: ele, ou ela, pode apenas participar desse processo, ajudá-lo (a) a atingir seus objetivos. É bem verdade que em certos casos essa participação pode ser decisiva, mas são casos à parte. Não nos esqueçamos: pessoas felizes, que não abandonaram a vida pessoal porque casaram, que continuam a cultivar a si mesmas com carinho e permanecem motivadas em relação ao auto-desenvolvimento, são capazes de amar de forma mais perfeita e abrangente do que aquelas que estão sempre lamentando e proclamando, cheias de auto-piedade, a sua infelicidade.
Tentar compreender melhor as dificuldades enfrentadas pelo seu parceiro ou parceira, agir com mais generosidade e fazer certas concessões, pode ajudar muito, e aumenta a chance de que a sonhada felicidade se torne realidade. Transformar o esforço improdutivo das queixas e acusações em ações concretas e pró-ativas, que ajudem a promover o sucesso da relação, é uma guinada importantíssima.
Quando você pensar sobre o amor, não faça isso olhando apenas para os seus sonhos, ou para as suas necessidades afetivas. Coloque-se também no lugar do outro, favorecendo a união e a harmonia. Dessa harmonia, advirão certamente grandes conquistas.
Pense nisso.

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