sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fanatismo

Fanatismo

É uma palavra normalmente utilizada para fazer alusão aos religiosos que misturam fé ao radicalismo e a violência. Mas na verdade ela se aplica a qualquer outra área da vida em que as pessoas defendam pontos de vista cegamente, com intolerância e irredutibilidade. Temos por exemplo a política. Quem já não teve que aturar um político fanático falando alto e gesticulando, para defender furiosamente os pontos de vista do seu partido? E o Futebol? É uma das dimensões mais férteis do fanatismo mundial na atualidade. O mundo das torcidas organizadas é um mundo de fanáticos violentos, que julgam ser um dever atacar e humilhar torcedores de outros times.
Vamos explicar então o que é o fanatismo. O Fanatismo tem raízes, em primeiro lugar, no egocentrismo, em uma fixação dominante sobre si mesmo. Para chegar a ser um fanático, o indivíduo precisa ter chegado ao ponto de desprezar completamente a importancia das razões alheias.
O que os outros pensam, não interessa a um fanático. O que os outros sentem, não interessa a um fanático. As necessidades alheias, também não interessam a um fanático. Nesse sentido, o fanatismo torna-se sinônimo de um preconcenito absoluto. No fanatismo não há uma empatia positiva, ou seja, o fanático só consegue se colocar no lugar do outro quando imagina suas derrotas e prejuízos. O fanático não consegue desenvolver aquela forma saudável de empatia que faz nascer o impulso de integração e compaixão. Ele quer a derrota, a submissão do outro a qualquer custo, porque precisa disso para se auto-afirmar como pessoa. Sua insegurança não permite que ele conviva naturalmente com pessoas que não aceitam suas idéias ou discordam de suas preferencias. Fanatismo é uma forma trágica de obsessão, um desvio de equilíbrio, uma doença psoicológoca. Daí decorre toda a insensibilidade que o caracteriza: o fanático está cego. A ele não importa nem a verdade, nem a razão, porque sua visão de mundo esta resumida em seus interesses pessoais, e tudo o que ele quer é fazer os outros reconhecerem que sua escolha é a melhor. Ele não se questiona, não raciocina, não cede a argumentações por mais sensatas que possam ser. Pessoas desmotivadas, vazias ou inseguras, encontram um mórbido prazer em se fanatizar, porque isso as livra da incômoda angústia existencial. Fugindo da realidade, elas dão um sentido as suas vidas, não deixando espaço para que essa mesma realidade as obrigue a conviver com suas frustrações. Infelizmente, essa fuga que move o fanático tem consequencias trágicas no campo social, na medida em que se estende e afeta outros seres humanos. Já na área religiosa, além das situações que decrevemos acima, existe a tão discutida lavagem cerebral. A lavagem que se inicia muitas vezes na infância, fazendo com que a frágil mente infantil seja condicionada a uma visão única de mundo, e os conteúdos doutrinário-religiosos se tornem a única "verdade" que a pessoa seja capaz de enxergar e admitir. E pelo fato de começar cedo, se torna também a única coisa que a pessoa será incapaz de contestar, porque sentirá, caso venha a fazer isso, que está indo contra a sua própria natureza, tal a força dos conteúdos emocionais que se entranharam no seu ser.

Mas existe um remédio para o fanatismo: a reflexão. O fanático não reflete, ele apenas repete, e suas análises são limitadas por aquilo em que ele crê. Já as pessoas saudáveis, são capazes de compreender diferenças, tem o hábito de refletir sobre tudo, mantém uma visão mais ampla e aberta das situações, aceitam reavaliar e refazer posições e procuram aprender sempre com novas experiências. A grande diferença entre uma pessoa madura e um fanático, reside na capacidade de enxergar os próprios limites e ao mesmo tempo não substimar a importancia do outro. Uma pessoa assim, não necessita impor suas opiniões a ninguém, porque a submissão cega não oferece elementos para satisfazer sua razão. Sua auto-imagem não se nutre de vitórias sobre os outros, mas da vitória sobre si mesmo, ou da vitória de todos. todos.

2 comentários:

  1. as pessoas na verdade confundem religião com fé em Deus e na verdade Deus não tem nada a ver com religião...parabéns pelo blog está ótimo!

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  2. Grande Mestre! Estou atento ao dedilhar, agora não mais das seis cordas, mas aos dígitos do teclado. Um abração e vamos em frente.
    Estou atacando agora de tecnólogo também. Vá até http://www.belonline.info
    Estamos aí

    Luiz Sergio nacinovic(lsnvic@hotmail.com)

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